quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Julia Lemmertz revela como é chegar aos 48 com equilíbrio!

Filha dos atores Lineu Dias e Lilian Lemmertz, Julia estreiou na carreira de atriz ainda criança, tendo feito sua primeira atuação no cinema aos 5 anos de idade, ao lado da mãe, no filme As Amorosas (1968). Mas o público pode mesmo avaliar seu talento quando, em 1981, Julia atuou como uma das protagonistas da novela Os Adolescentes, exibida pela Rede Bandeirantes. Ela fez o papel de Bia, adolescente vítima da gravidez precoce.
Atualmente, ela se divide entre a peça Deus da Carnificina , com direção de Emílio de Mello, e as gravações da novela global Fina Estampa. No papel da estilista Esther, ela mostra o conflito da mulher madura que resolve engravidar por meio de uma inseminação artificial e coloca em risco seu casamento. A situação de sua personagem é exatamente contrária à da atriz. Aos 48 anos, casada há 18 com o ator Alexandre Borges, ela comemora a estreia no teatro de sua filha Luiza, fruto de seu casamento com o executivo Álvaro Osório. “A Luiza tem 23 anos, a mesma idade que eu tinha quando minha mãe morreu. Ela é séria e estudiosa, promete muito como atriz”, orgulha-se Julia. Quando ela fala de Miguel, 11 anos, seu filho com Alexandre, a corujisse não é diferente: “ Ele é o nosso menino. É um agregador”.
 Em entrevista exclusiva, Julia Lemmertz fala sobre seu momento na carreira, vaidade, família e como manter um casamento tão duradouro diante um cenário de separações no meio artístico. “ Não somos uma pessoa só e sim duas que vivem juntas. Não precisamos ficar grudados. Já inventaram muitas brigas e crises entre nós. Enquanto tivermos desejos em comum, vale a pena ficar junto”, finaliza. 
  
Como foi passar a limpo a vida da sua mãe para lançar a biografia de Lilian Lemmertz? Quais são as principais lembranças que você tem dela? 
Eu pensava em fazer um livro sobre a minha mãe, mas um livro independente. O Rubens Ewald Filho me procurou há um tempo e perguntou se eu queria escrever. Realmente não daria. Eu teria de parar a minha vida aqui, fazer uma pesquisa e colocar as minhas coisas em ordem. A minha mãe morreu quando eu tinha 23 anos. Seria muito difícil, fora a questão emocional também. Escrever é um trabalho árduo. Quando o Cleodon Coelho (jornalista e escritor) resolveu editar, da nossa conversa inicial até o lançamento do livro foram três anos. A gente conversava semanalmente sobre tudo. Tudo foi uma viagem para mim. Eu descobri coisas que não sabia sobre minha mãe, que não havia dado tempo, devido ao pouco tempo que a gente passou junto. No final do livro, já há uma referência da Luiza entrando no teatro.
Então, a Luiza teve também alguma referência da memória da avó?
Sim. Eu sempre mostrei fotos da minha mãe para ela e lhe contava muitas histórias. Por coincidência, o José Celso, do Teatro Oficina, onde a Luiza estudou, também trabalhou com minha mãe. Ele se surpreendeu em trabalhar com a terceira geração de uma família de atores. Isso é raro. A Luiza promete, porque é muito séria e dedicada.
Em Fina Estampa, a sua personagem (Esther) colocará o casamento em risco por que quer realizar o desejo de ser mãe. Ter um filho é mesmo necessário para a realização da mulher moderna? 
Acho que isso é coisa de mulher mesmo. Ela tem a necessidade de gerar um filho. Se eu não fosse atriz, acho que teria uma penca de filhos, mas, por outro lado, não é só no trabalho que eu penso. Esse nosso mundo está muito louco, as coisas estão tão difíceis.
  
Sua personagem vai sofrer por conta de uma traição. O que você acha disso? Perdoaria uma infidelidade?
O Paulo confessa a traição para a Esther. Ela fica arrasada e ele com a visão bem masculina, fala que ela terá um filho de outro homem, por conta da inseminação artificial. Responder a essa pergunta focada na minha vida pessoal é muito difícil. Acho que, quando se tem amor, as coisas acabam se resolvendo. Só que é preciso passar por esse tipo de situação para saber como se vai reagir. Cada caso é um caso, cada situação é uma situação e cada traição é uma traição. É muito difícil imaginar e responder: se fosse assim eu perdoaria e se fosse assado, não. Pode ser até que eu perdoasse, mas se a coisa já estivesse desandando, isso poderia fazê-la desandar de vez.
Muitas pessoas acham que seu casamento com o Alexandre Borges é perfeito. Ao mesmo tempo, muita gente não acredita em perfeição. O que faz o sucesso dessa união?
A gente não vende isso nem veste essa camisa. Na verdade, eu acho que o casamento é um investimento. As pessoas gostam de inventar coisas. Falam de crises, brigas. Quando isso acontece, acho que a melhor coisa é não falar nada. Quando tentamos desmentir aí mesmo parece que estamos escondendo algo. Espero então passar, que voltem sua atenção para outras pessoas e esqueçam um pouco da gente. A vida é da gente e a gente sabe o quanto custa ficar casada, viver junto, isso tudo é uma arte. Todo relacionamento é assim, uma arte de convivência. O que eu acho legal em nós é que vivemos juntos, mas somos dois. Não somos siameses, não precisamos ficar grudados um no outro. A gente pode ter os mesmos gostos e ter vários pontos de conexão. Enquanto existirem esses pontos, projetos, desejos futuros, é legal ficar junto.
A diferença de idade entre a Luiza (23 anos) e o Miguel (11 anos) é grande. Você sentiu alguma dificuldade em relação a isso?
No início foi uma “lenha”. Um nascendo e outro na puberdade. Então era fralda para um lado, absorvente para outro, uma loucura (risos). Só que também foi divertido. Ela me ajudava muito, mas também teve uma época em que eles brigavam como se tivessem a mesma idade.
E como está o relacionamento de vocês hoje?
A Luiza está praticamente casada. Ela mora em São Paulo. Tem um relacionamento sólido, bacana. O Miguel está lá debaixo da nossa asa. Ele é o nosso menino. O Miguel é muito agregador, une muito a gente.
A Luiza era ainda muito menina quando você se casou com o Alexandre. Eles sempre se entenderam bem?
Sim, sempre. Ele foi muito importante para a formação dela. Ele a criou como parceiro e amigo. O pai dela sempre esteve por perto, mas a Luiza sabia que também poderia contar com o apoio do Alê para tudo.
 Você falou que ela está quase casada. E se pintasse um netinho?
Ai eu iria amar (risos). Só que falo para ela para esperar, por causa dela mesma. Eu tive filho mais ou menos com essa idade e sei que muda tudo.
Com essa possibilidade de tornar-se avó, bate aquele medo de envelhecer?
Tem algum outro jeito de você viver muito sem envelhecer? Mesmo que puxe dali e estique daqui... 
Então você não pensa em aderir à cirurgia plástica ou ao Botox?
Por enquanto não. Eu morro de medo mesmo. Para isso eu sou totalmente covarde, tenho medo de ficar com a cara de outra pessoa, tenho medo de não me reconhecer. Tenho o receio de a coisa dar errado e eu não conseguir voltar atrás.
Mas você tem uma pele muito boa, o que faz para mantê-la assim?
Não faço muita coisa não, somente passo uns cremes manipulados. Logo que acordo, coloco o filtro solar de fator 30 e depois ainda passo um de 40 por cima. Quando vou à praia, eu uso um de 60 ou 100. E tomo muita vitamina.
 E do corpo, como você cuida?
Eu medito, faço exercícios e tento ter uma alimentação boa. Há 20 anos faço uma aula que mistura alongamento, exercícios de força e elasticidade. Usamos bola, elásticos. Agora também estou fazendo aulas de karatê.
Como está sua relação com a moda depois da Esther?
Ela tem umas coisas lindas. Tem um estilo atemporal. Estou vestindo uns macacões bem legais. Esse corte de cabelo também é bem legal. Eu queria assumir meu cabelo enrolado e não precisar fazer escova sempre para entrar em cena.
Quais são seus projetos depois de Fina Estampa?
Eu tenho planos de fazer um filme para o cinema e de talvez montar uma peça com o Alê, mas ainda não está nada certo e por isso prefiro falar disso mais adiante. Se não der para eu trabalhar em um projeto com o Alexandre, nós vamos inventar alguma coisa, uma viagem, quem sabe uma segunda lua de mel.

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